Apicultura

Mel é Alimento

Alimento apreciado por seu sabor caracteristico e por seu valor nutritivo, o mel é rico em água, proteinas, acidos, minerais e vitaminas. Sua matéria-prima, monossacarídeos de moléculas simples, é o néctar das flores ou exsuados sacarideos das partes vivas das plantas, coletados pelas abelhas meliferias, desidratados e armazenados em alveolos nas colmeias.
O mel costuma se cristalizar, oque não significa que fique impróprio para o consumo. A cristalização nada mais é que a separação das glicose, que é menos solúvel que a frutose, e a formação de hidratos de glicose (forma sólida). O mel fluido e o mel cristalizado não apresentam diferenças essenciais. o mel do Quilombo de Porto Velho tem essa caracteristica e cristaliza-se rapidamente, influenciado pela temperatura da região e pela espécie de planta da qual abelha se alimenta. Porém não perde suas caracteristicas nutritivas. Para torna-la fluido novamente basta aquecê-lo em banho maria

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Endereço para contato e comercialização:

Estrada Municipal Iporanga, bairro Anta Gorda Km 04
CEP: 18330-000 - Iporanga – SP
Contato:
Vandir (15) 9658-9511
Osvaldo dos Santos (15) 9640-5871
Aparecido Rosa Gonçalves (15) 9761-1875
e-mail: quilomboportovelho@hotmail.com
Mais informações:
http://www.quilombosdoribeira.org.br/comunidades/8



A comunidade de Porto Velho é uma das dezenas de comunidadesquilombolas do Vale do Ribeira, região que se estende por 2 830 666 hectares sendo 1 119 133 hectares no Paraná e 1 711 533 hectares em São Paulo. Essa região se caracteriza por ser a maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil. Patrimônio natural, socioambiental e cultural da humanidade, título conferido em 1999 pela Unesco. Rodeada por um território rico em biodiversidade e detentora de um patrimônio socioambiental diverso a comunidade está organizada em torno da Associação dos Remanescentes do Quilombo do Bairro Porto Velho, fundada em 2001. Instalada na margem esquerda do Rio Ribeira, na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, apesar de localizar-se no município de Iporanga, o acesso é feito pelo município de Itaóca.

porto

A história da comunidade remonta ao século XIX, quando a
área era uma fazenda que utilizava mão-de-obra escrava e
que foi deixada aos escravos pelo fazendeiro. Em meados do
século XX, chegou ao local um paranaense alegando ser dono
das terras e os negros foram obrigados a voltar a trabalhar em
regime de escravidão para garantir sua permanência nas terras.
Constantes conflitos ocorriam por conta do uso da terra,
o que acabava forçando muitas famílias a deixar o povoado e
migrar para localidades vizinhas e mesmo para outras cidades.
As famílias que resistiram viveram sob ameaça até meados
dos anos 1980.
Em 2001, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo – Itesp
iniciou os trabalhos de identificação da comunidade, e no final
de 2002, foi concedida à comunidade o reconhecimento
de uma comunidade remanescente de quilombo conforme
publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 2003.
Embora a comunidade de Porto Velho tenha oficialmente reconhecida
uma área de 941 hectares, só pode utilizar 72 hectares
concedidos por meio de uma liminar judicial de 2003,
onde vivem 20 famílias, com cerca de 70 moradores. O restante
do território continua ocupado por terceiros. Nessa área
realizam suas atividades agrícolas e apícolas. Parte delas está
orientada para garantir a subsistência e o excedente é comercializado
in natura para a merenda escolar e comércios locais. Atualmente
a Associação de Porto Velho desenvolve atividades de apicultura, horta e pomar
comunitários, plantio de maracujá, criação de porcos, produção de farinha
de mandioca artesanal, recomposição de mata ciliar para recuperação
das nascentes e pasto apícola e o trabalho da Unidade de Beneficiamento do Mel.

As atividades culturais, de geração de renda, esportivas,
religiosas,entre outras são realizadas de forma
comunitária e participativa. A comunidade desenvolve
a maioria delas em mutirão e o resultado da produção
beneficia a todas as famílias.

Apicultura como alternativa de
desenvolvimento sustentável

A apicultura é uma das atividades mais antigas e
importantes do mundo e uma das únicas atividades
agropecuárias que preenche os requisitos do tripé
da sustentabilidade: o econômico, o social e o ecológico.
A espécie produtora de mel em Porto Velho
é a Apis mellifera, conhecida como abelha africanizada.
No entanto, há interessedos apicultores em trabalhar
no futuro com espécies nativas,de abelhas sem ferrão
Estimular a atividade apícola nas comunidades
quilombolas é estratégico para o desenvolvimento
sustentável da região, considerando sua localização
e seu papel na preservação da qualidade ambiental
de seus territórios que por sua vez garantem
a preservação da biodiversidade dos remanescentes
de Mata Atlântica da região.

A atividade apícola foi implantada em 2003 com apoio
da Mitra Diocesana e do Itesp e a partir de 2007,
passou a contar com o apoio do ISA, com financiamento
da Fundação Bancodo Brasil e da Cooperação Italiana
através do convênio ISA/MAIS/RE-TE. As ações na área
de manejo apícola foram ampliadas culminando
com a entrega da Casa de Beneficiamento de Mel
para a comunidade em outubro de 2011. Atualmente a
apicultura é uma das principais fontes de renda das famílias envolvidas.

Preocupação socioambiental
e recomposição florestal

Relato dos apicultores dão conta de que as pessoas
matavamas abelhas nativas para tirar o mel e consumir.
Com o passardos anos, entretanto, a comunidade mudou
suas atitudes em relação às questões ambientais e o manejo
da atividade lhes permite manter a biodiversidade local
Além da intensificação do envolvimento da comunidade com
o projeto e do aprimoramento da atividade apícola, outros
resultados indiretos podem ser observados. A comunidade
reflorestou uma área de 5 hectares, para recompor
as matas ciliares de nascentes de água com plantas
nativas, selecionando espécies propícias para a
produção de mel e pólenA recomposição florestal
foi motivadapela necessidade dos apicultores
de expandir seu pasto apícola e aumentar sua produção,
atingindo as metas estabelecidas pelo grupo.
De forma geral, a recomposição beneficia toda a comunidade,
localizada em uma área em que o solo é composto
por diferentes tipos de massapés, argiloso e rico em
sais minerais, que se transferem para a água,
tornando-a salobra.A recomposição, especialmente nos
locais de nascentesde água doce, está contribuindo para
a expansão do pasto apícola e para a melhoria
da qualidade de vida da população, com o aumento da
produção de água doce. Vale lembrar que boa parte
do território está ocupado por terceiros onde se observa
altos índices de desmatamento e pastos, diminuindo
o volume disponível águadoce. Com isso,
a comunidade acaba tendo acesso à água doce só
quatro meses por ano.Nos meses restantes, se
abastece exclusivamente de água salobra.
Em porto Velho, as principais espécies nativas em que as abelhas se alimentam para produção de mel são conhecidsa popularmente como: tapixingui, assa-peixei, maricá, farinha seca, casca fina, tamanqueira, gabiroba e cortumeiro

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