André Lopes - Território

André Lopes se localiza entre os municípios de Iporanga e Eldorado, no Vale do Ribeira, a comunidade é cortada pela rodovia municipal SP-165. O território é praticamente todo coberto por Mata Atlântica, com uma fauna e flora muito rica. Algumas dessas riquezas são: embaúba, cipós e vegetação de Mata Atlântica. As partes do território que não são cobertas por Mata Atlântica têm o centro urbano da comunidade e plantações de banana, mandioca, palmito pupunha e palmito juçara (atualmente seu comércio no Ribeira é ilegal). Mas, como a comunidade é uma área de preservação ambiental, todas as plantações são sustentáveis, sem agrotóxicos. Além da comunidade utilizar produtos de vizinhos para cozinhar (que também são sem agrotóxicos), sendo quase 100% orgânicos.

Neste território existe um grande rio, que passa por todo o Vale do Ribeira que se chama rio Ribeira de Iguape, por isso o nome do vale. Esse rio é muito respeitado pelos Quilombolas, pois dependem dele para a economia (já foi uma renda muito importante para os patrões pois há minerais no rio), além de utilizarem como meio de transporte. O território foi reconhecido em 2001 como um quilombo, por isso, é automaticamente tombado. Contudo, não é titulado. A Caverna do Diabo faz parte do território do quilombo André Lopes, e eles recebem uma renda a partir dela, porém não é direta.

A questão escolar dos quilombos, em si, é precária, por mais que o governo ajude nas estruturas das escolas, essa ajuda é pouca, pois o único quilombo que possuem o ensino fundamental inteiro é o André Lopes. Por conta disso, muitos precisam sair de seus quilombos para os estudos e além da estrutura da escola, as estradas e transportes escolares (fornecido pelo governo) são precárias também. Além disso, eles criticam a merenda escolar que é muito pouca, e tem uma qualidade muito baixa. Para resolver esses problemas, a própria comunidade cobra do poder público a compra dos produtos locais, pois a qualidade dela melhoraria, e criaria uma renda.

Além disso, a comunidade quilombola do André Lopes também não tem uma saúde muito boa, pois eles têm postos de saúde, pois só tem atendimento de 15 em 15 dias, apenas um enfermeiro vem atendê-los. Caso ocorra um problema muito grave eles dependem de um hospital que fica a 40 minutos de distância, antigamente havia chás medicinais que muitas vezes curava doentes, hoje em dia essa cultura ainda existe (mas ainda assim, se enfraquecendo com o tempo, porque os conhecimentos são perdidos com o passar do tempo) e é uma alternativa de tratamento para que o paciente não precise ir médico. Além das crenças religiosas, com pedidos à Deus para que cure um doente.